Resenha: Aristóteles e Dante Descobrem os Segredos do Universo - Benjamin Alire Sáenz


Autor: Benjamin Alire Sáenz
Editora: Seguinte
Páginas: 392
Classificação

Sinopse: Dante sabe nadar. Ari não. Dante é articulado e confiante. Ari tem dificuldade com as palavras e duvida de si mesmo. Dante é apaixonado por poesia e arte. Ari se perde em pensamentos sobre seu irmão mais velho, que está na prisão.
Um garoto como Dante, com um jeito tão único de ver o mundo, deveria ser a última pessoa capaz de romper as barreiras que Ari construiu em volta de si. Mas quando os dois se conhecem, logo surge uma forte ligação. Eles compartilham livros, pensamentos, sonhos, risadas - e começam a redefinir seus próprios mundos. Assim, descobrem que o amor e a amizade talvez sejam a chave para desvendar os segredos do Universo.


Não consigo decidir se foi o pior livro que já li ou se foi o melhor que já li, do gênero. Com muito a pensar, decidi que todos os pequenos detalhes, diga-se de passagem, foram significativos e que todos, TODOS, acabaram moldando uma história muito linda. Conclui que é o meu segundo livro favorito.

Não sabia o que encontraria no livro, simplesmente achei a capa linda, o título empolgante e a sinopse muito atrativa, jamais imaginaria o tema abordado e muito menos que o livro era de uma época totalmente diferente. Aliás, precisa ter uma mente muito aberta pra ler esse livro

Os personagens são cativantes demais, menos o Ari, porque o Ari tem que ser o personagem difícil :P. Existe um grande bromance entre eles no começo do livro e continua com isso até... até o Dante resolver abrir o jogo e dizer que que gosta de garotos, e ele e o Ari acabam tendo algumas divergências e isso acaba fazendo o Ari se descobrir, enfim, nada de spoilers.

Confesso que o começo do livro é totalmente entediante, mas as partes mais “monótonas” e nonsense dos personagens é o que me cativou, e me vi totalmente envolvida.

A vida adolescente não é fácil, fazemos coisas, experimentamos coisas, dizemos coisas sem sentido, nos descobrimos e questionamos muito. Um fato, e é um fato muito bem construido no livro.

“[...]Pra falar a verdade, queria ser um bad boy.
— Um bad boy?
— É. Che Guevara. James Dean.
— E quem o impede?
— Estou olhando para ela.
— Isso, jogue toda a culpa na mãe — ela disse, rindo.”

Temos nossas própria guerras internas e lutamos todos os dias com os pesadelos do dia a dia, e o livro também abordou muito bem isso. Quem não tem seus próprios demônios e todos os dias tem que lutar com eles?

“Se o verão fosse um caderno em branco, eu escreveria algo bonito nele. Com a minha própria caligrafia. Mas não fazia ideia do que escrever. E a história já estava sendo escrita para mim. Já não era muito promissora. Já consistia em mais trabalho e compromissos.”

Não sabia o que esperar no final, pois ando traumatizada com os finais dos livros do John Green, e acho que todo o livro desse tipo vai acabar de um jeito trágico ou com um final aberto, ou até com um “que se ferre seu leitor inútil”. Mas me surpreendi com a resolução das coisas. Acho que é o primeiro livro que não termina de um jeito totalmente “infeliz” ou que consigo engolir, mas me sinto vazia.

Em meados do final e eu já tava me corroendo toda por dentro, em várias partes eu fiquei com o coração na boca, jurava que alguém ia morre, por qualquer motivo tonto, mas o final teve um quê muito especial e maravilhoso. Chorei em algumas partes e fiquei com o coração apertado em outras, a leitura valeu a pena. CADA SEGUNDO!

Enfim, o livro se resume a isso:

“Outro segredo do Universo: às vezes, a dor era como uma tempestade que vinha do nada. A mais clara manhã de verão podia acabar em temporal. Podia acabar em raios e trovões.”

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